Bem, faz tempo que não escrevo nada aqui, na verdade, faz tempo que ando um pouco sumida das redes sociais e é sobre isso que vou escrever hoje.
A grande realidade é que eu só
apareci no instagram essa semana após ver crentes passando vergonha apoiando o
atual governo que por sinal é uma grande vergonha, se é assim que eu deveria
chamar, porque certeza que essa palavra é pouco pra descrever. E eu não
consigo nem imaginar ser confundida ou deixar que esses crentes me representem
de alguma forma, pois provavelmente não estamos falando do mesmo evangelho, mas
enfim, isso é assunto pra outro texto.
De certa forma, eu não tenho
grandes reclamações a fazer, minha vida é ótima comparada a tantas outras que
tem bem menos privilégios, entretanto, também não posso descartar que eu sou um
ser humano e que seres humanos são movidos pela insatisfação – desde sempre.
Por isso que amo Schopenhauer.
Perdi o tal “lugar no mundo”,
aquela deliciosa sensação de não estar aonde deveria e nem estar fazendo o que
deveria. E o que eu deveria estar fazendo? Não sei, mas sei que não é o que eu
tô fazendo. Ao mesmo tempo, tentar controlar tudo com minhas próprias mãos
nunca dá certo – isso fica bem claro, quando a gente olha minha lista de metas
de 2017 e 2018 e 2019, por que, eu obviamente não fiz nada do que eu planejei, e
acabou por ai, pois em 2020 decidi não fazer meta nenhuma – porque pelos
estudos feitos nos anos anteriores eu não sou de cumprir metas, eu sou de ter
um estÃmulo momentâneo e ir atrás de alcançar ele naquele momento. De qualquer forma
esse último ano não ia ter feito a menor diferença independente do método que
eu tivesse adotado, pois o universo se encarregou de jogar uma pandemia no colo
de todo mundo e agora eu tô com uma pilha de frustrações e uma versão perdida
de mim mesma em algum desdobramento do tempo. Ok. Isso na verdade ia acontecer
de qualquer jeito, com pandemia ou não, a pandemia só adiantou essa fase.
Essa tal crise talvez esteja
acontecendo porque eu fiz dezoito e me formei no ensino médio e estranhamente
não sei muito como seguir depois daqui, na verdade eu sei, mas não quero, tava confortável
onde eu tava. Agora tenho que dar um passo que nesses três anos de ensino médio
eu não preparei minha perna pra dar.
Minha vida tá bem mais monótona e
chata do que eu imaginei, esse negócio de parar, de ir devagar, de viver mais
devagar, não é pra mim, já disse que eu sou movida a estÃmulos momentâneos e se
isso não acontece, uma parte do meu cérebro meio que empaca. Então, eu me sinto
exatamente assim, em looping, vivendo a mesma coisa a quase 365 dias. E esse
foi um dos fatores que me fez repensar o por que continuar postando fotos no
instagram, sendo que as coisas só se repetem e nem eu mesma tô aguentando fazer
elas todo dia de novo. Essa parte de mim empolgada com as coisas deu uma
murchada, e espero que ela volte logo, por que ela me faz muito falta.
Todos estamos sequelados, alguns mais outros menos, e isso não quer dizer que suas sequelas são menos importantes, pois se elas te fizerem sentir menos você, então tá errado. Basicamente, eu sinto que pulei de um universo pra outro nesse último ano, eu vivi uma vida útopica e muito feliz nos três primeiros meses de 2020 e daà em diante uma outra versão de mim assumiu o lugar – e essa versão não sabe o que tá fazendo, só pra deixar bem claro.
Eu não entendi muito o que fiz nesse
texto, mas vou parar por aqui se não vou ter que planejar um livro.
até mais.