não sei qual título colocar, porque qualquer um vai parecer idelista demais.

11:29

     Bem, faz tempo que não escrevo nada aqui, na verdade, faz tempo que ando um pouco sumida das redes sociais e é sobre isso que vou escrever  hoje.

A grande realidade é que eu só apareci no instagram essa semana após ver crentes passando vergonha apoiando o atual governo que por sinal é uma grande vergonha, se é assim que eu deveria chamar, porque certeza que essa palavra é pouco pra descrever. E eu não consigo nem imaginar ser confundida ou deixar que esses crentes me representem de alguma forma, pois provavelmente não estamos falando do mesmo evangelho, mas enfim, isso é assunto pra outro texto.

De certa forma, eu não tenho grandes reclamações a fazer, minha vida é ótima comparada a tantas outras que tem bem menos privilégios, entretanto, também não posso descartar que eu sou um ser humano e que seres humanos são movidos pela insatisfação – desde sempre. Por isso que amo Schopenhauer.

Perdi o tal “lugar no mundo”, aquela deliciosa sensação de não estar aonde deveria e nem estar fazendo o que deveria. E o que eu deveria estar fazendo? Não sei, mas sei que não é o que eu tô fazendo. Ao mesmo tempo, tentar controlar tudo com minhas próprias mãos nunca dá certo – isso fica bem claro, quando a gente olha minha lista de metas de 2017 e 2018 e 2019, por que, eu obviamente não fiz nada do que eu planejei, e acabou por ai, pois em 2020 decidi não fazer meta nenhuma – porque pelos estudos feitos nos anos anteriores eu não sou de cumprir metas, eu sou de ter um estímulo momentâneo e ir atrás de alcançar ele naquele momento. De qualquer forma esse último ano não ia ter feito a menor diferença independente do método que eu tivesse adotado, pois o universo se encarregou de jogar uma pandemia no colo de todo mundo e agora eu tô com uma pilha de frustrações e uma versão perdida de mim mesma em algum desdobramento do tempo. Ok. Isso na verdade ia acontecer de qualquer jeito, com pandemia ou não, a pandemia só adiantou essa fase.

Essa tal crise talvez esteja acontecendo porque eu fiz dezoito e me formei no ensino médio e estranhamente não sei muito como seguir depois daqui, na verdade eu sei, mas não quero, tava confortável onde eu tava. Agora tenho que dar um passo que nesses três anos de ensino médio eu não preparei minha perna pra dar.

Minha vida tá bem mais monótona e chata do que eu imaginei, esse negócio de parar, de ir devagar, de viver mais devagar, não é pra mim, já disse que eu sou movida a estímulos momentâneos e se isso não acontece, uma parte do meu cérebro meio que empaca. Então, eu me sinto exatamente assim, em looping, vivendo a mesma coisa a quase 365 dias. E esse foi um dos fatores que me fez repensar o por que continuar postando fotos no instagram, sendo que as coisas só se repetem e nem eu mesma tô aguentando fazer elas todo dia de novo. Essa parte de mim empolgada com as coisas deu uma murchada, e espero que ela volte logo, por que ela me faz muito falta.

Todos estamos sequelados, alguns mais outros menos, e isso não quer dizer que suas sequelas são menos importantes, pois se elas te fizerem sentir menos você, então tá errado. Basicamente, eu sinto que pulei de um universo pra outro nesse último ano, eu vivi uma vida útopica e muito feliz nos três primeiros meses de 2020 e daí em diante uma outra versão de mim assumiu o lugar – e essa versão não sabe o que tá fazendo, só pra deixar bem claro.

Eu não entendi muito o que fiz nesse texto, mas vou parar por aqui se não vou ter que planejar um livro.


até mais. 

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